quinta-feira, 23 de abril de 2009

Estudar, estudar e estudar!!!

Fico pensando: por que a maioria dos jovens que estão cursando o ensino médio gostariam, na verdade, de estar jogando bola, vídeo game ou na internet, ao invés de realmente de dedicar-se ao estudo? Não vou dizer que eu adorava a escola, mas sinceramente hoje consigo enxergar de outra forma, e o crédito é todo da escola. Terminei o antigo 2º grau (hoje ensino médio) em “Técnico em Contabilidade” no ano de 1994 após muita luta e infelizmente na época não tive condições de iniciar imediatamente uma faculdade, as coisas não eram tão simples e meu salário na época não me dava esta possibilidade.

Na verdade não achei uma prioridade e era bonito falar que eu tinha o 2º grau completo, dava status. Alguém com faculdade era outro nível e muito longe da minha realidade. Pós-graduação então era infinitamente inútil. Chego a uma conclusão: como eu era bobo. Lamento de não ter uma pessoa de referência que me incentivasse a buscar mais conhecimento ao invés de me preocupar apenas com os fins de semana de sol e praia. Mas tudo parecia muito tranqüilo e não tinha essa visão. Ao trabalhar no SESC, o 2º grau foi muito útil já que o nível dos candidatos era daí para baixo, e foi fácil com meu título de “Técnico em Contabilidade” conseguir a vaga e lá trabalhar por 2 anos.

O tempo vai passando o mercado evoluindo e se tornando cada vez mais exigente. Do dia para a noite percebi que com as o meu 2º grau não conseguiria cargos mais altos que os que já havia conseguido. Era a hora da mudança. O que ajudou muito na hora de pensa em mais estudos foi a rede de contatos, pessoas mais instruídas e que se mostravam profundamente preocupadas com o futuro. Bastaram alguns meses de trabalho em uma churrascaria conhecendo pessoas de outros níveis, que veio o convite de trabalhar numa empresa de pequeno porte e que me deu a passagem de volta ao banco da escola.

Foi como iniciar a 1ª série novamente, o medo da sala de aula era o mesmo. Mas com o passar dos dias cheguei a conclusão que não dava mais para ficar inerte. Quatro anos depois, em 2006, estava formado em Administração, foi muito orgulho para todos da família. Novas e boas amizades, uma visão mais ampla e a vontade de vencer novos desafios. Mais um intervalo de 2 anos, novamente por falta de interesse e dedicação, e agora estou de volta aos estudos. Um curso de Pós-graduação e a decisão de evoluir junto com o mercado ao invés de deixá-lo ditar as regras. Aos jovens um conselho, tenha sempre em mente o seu futuro e trabalhe em função do seu sonho. Não deixe de estudar, imponha os seus limites, veja aonde quer chegar e busque. Lembrando o mercado é cruel e sem estudos a coisa fica cada vez mais difícil.

Eu também quero viajar, afinal o dinheiro também é MEU!!!

“... lá no céu de Brasília estrelas irão cair e a poeira de tanta sujeira há de surgir, oiá...” essa letra maravilhosa do Wilson Prateado, é interpretada pelo Reinaldo no cd Pagode Pra Valer, volume 2. Mas têm outras: “... Sr. Presidente eu espero que se encontre bem, pois a nossa gente ainda anda esmagada nos trens. Idosos vendendo pipocas e amendoins, que pais é este meu Deus? O que será de mim?...” essa é do Negritude Jr. Eu poderia ficar o dia inteiro aqui pegando exemplos de musicas que parecem chamar o Brasil a acordar, seria até divertido se não fosse a nossa realidade nua e crua.

Uma avalanche de denuncias, mais uma vez, nos chegaram esta semana mostrando que nossos ilustres senadores e deputados de vários estados e partidos estão na maior farra e viajando pelo mundão de meu Deus. E mais, levam quem podem: esposa, filhos, sogra, cunhado, amigo, desconhecido, cachorro, papagaio etc... e tudo com o meu, o seu o nosso suado dinheirinho. É, aquele que muitas vezes falta para comprar o leite das crianças, o remédio do idoso, o da escola e do hospital que está caindo aos pedaços. Tudo por um bocado de status de conhecer a França, Itália e mais um punhado de belas cidades no mundo.

Mas o pior de tudo é que a lei permite, e é lei que eles mesmos criaram!!! Assim fica muito fácil: “ô Severino, vai lá e traga uma passagem de primeira classe para o meu cachorro que está estressado e precisa conhecer as cadelinhas francesas”. – “Sim senhor deputado”... Conseguem imaginar o diálogo em algum gabinete em Brasília??


Outro dia um brasileiro roubou a ambulância para levar a esposa em trabalho de parto ao hospital, já que não conseguia atendimento no posto de sua cidade. Resultado: o brasileiro vai responder a processo por furto de bem publico... pode isso? E o secretário de saúde do estado onde isso aconteceu? E o governador? E o presidente? É isso minha gente, a coisa ta toda errada e faz tempo, já falei antes não são partidos políticos de esquerda ou direita que irão colocar este enorme pais no rumo certo. Falta ética e respeito por nós mesmos. Um cara que faz uso do dinheiro publico para benefício próprio não deveria representar o povo, tem que ir para a cadeia e ficar lá, ser esquecido.


Enquanto isso lá em Brasília, já tem fila pra se defender do uso das passagens, todo o tipo de desculpa. E são bons nesse quesito. E mais uma vez a tendência é que termine numa bela e recheada pizza, e só espero que não resolvam comê-la lá na Itália e levem junto a família, os amigos, os inimigos...


E por isso eu canto: “... se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão, se gritar pega ladrão, não fica um...”.

BRASIL x Brasil

Notícia nova e fresquinha: o MST invadiu uma fazenda no norte do país e entrou em confronto com os seguranças da fazenda... Pois é, de nova e fresquinha não tem nada, né. Mas parecia filme americano, lá vinham os manifestantes e suas tremulas bandeiras vermelhas em direção a porteira da fazenda. Como sempre a invasão era para protestar contra a eterna e sonhada reforma agrária (se fosse um programa do governo seria Terra para todos), mas como nem tudo são flores, ao se aproximarem da entrada foram gentilmente recebidos pelos seguranças de uma empresa contratada para manter a integridade das terras, que como se diz no jargão policial, “sentaram o dedo” nos sem-terra.

Uma cena lastimável que teve saldo de 8 pessoas feridas à bala, sete sem-terra e um segurança. Tudo registrado por uma equipe de televisão que esteve no local para acompanhar e, claro, “urubuzar” o conflito. Mas até quando isso vai durar? Mais uma vez nossos governantes foram às televisões e utilizaram todo o seu dicionário para lamentar os fatos e prometer mundos e fundos. Mas, nada de concreto foi ou será feito, pois já virou rotina no Brasil o uso da força em situações de invasão de terras.

Quem não se lembra de Eldorado dos Carajás? E lá foram policiais que promoveram a chacina, que diga-se de passagem, não deu em nada aos agressores. Dezenas de mortos por uma luta desigual e sem fim. É inadmissível que essas cenas continuem, nada é feito e o jogo de empurra segue por toda a historia. As batalhas campais estendem-se inclusive com índios, garimpeiros, arrozeiros, maloqueiros, maconheiros e todos os grupos que se possa imaginar. Mas do lado de cá está o povão brasileiro que não se cansa nunca, enquanto nossos adoráveis políticos brincam de falar bonito e nada fazer. Que exemplo a ser dado aos meninos e meninas que estão chegando e ainda não entendem por que pessoas não têm terras e por isso invadem as dos outros. Devem se perguntar: que coisa estranha, eles poderiam ser amigos...

Mas esse é o nosso querido país. O contraste social parece agradar a “alguns engravatados” já que não existe interesse em propor leis mais rígidas e eficazes que acabem com as lastimáveis cenas que somos obrigados a assistir. Parece que viajar de avião pago pelo congresso é mais divertido que trabalhar para o desenvolvimento do Brasil...