quinta-feira, 31 de maio de 2012

E AS OPORTUNIDADES???


O discurso é grandioso, a missão da empresa parece ter sido escrita como uma obra de arte, as pessoas falam das empresas como se as empresas fossem delas. E o mundo real, será que a ficha uma hora vai cair? Com certeza prezado leitor, com certeza. A realidade nem sempre anda de mãos dadas com os sonhos, com os anseios do coletivo e nem sempre se pode esperar algo que dificilmente virá.

Quando se entra em uma empresa, é normal aquela agitação inicial, ainda mais se for uma que sempre teve a vontade de trabalhar, é normal mesmo. Aos poucos a realidade vai se revelando e as verdadeiras intenções aparecem. Não que tudo seja negativo, muita coisa boa aparece com o tempo, porém, muita coisa negativa vem junto, antes camuflada agora revelada. É um verdadeiro jogo onde os interesses mudam de lado a todo o instante e o colaborador tem papel definido e este poucas vezes será modificado. Nesse contexto, uma das coisas que me chama a atenção é a oportunidade ao funcionário. Realmente as empresas tem este compromisso em avaliar as oportunidades?

Como disse antes, é tudo uma questão de necessidade e interesse, você, dependendo da empresa, jamais vai receber uma proposta de emprego em outra unidade se atualmente entendem que no local atual é mais interessante para a empresa, não há o pensamento em priorizar quem já está inserido no contexto da empresa ao invés de chamar alguém de fora. Deixar de saber do funcionário se ele tem interesse em uma vaga específica realmente e brincar com os anseios da pessoa. Isso é um fator de desmotivação enorme e a empresa corre o risco de em, um espaço muito curto de tempo, ficar sem este colaborador.

A avaliação a ser feita pela empresa deveria ser no potencial de cada individuo, se atende aos requisitos e tem uma possibilidade de gerar resultados positivos, acredito que vale a pena investir no crescimento e valorizar de acordo com as oportunidades existentes. Isso deve ser bem definido e ficar claro no momento da contratação, pois se cria uma expectativa que, com o passar dos meses, vai se dissipando e acarreta em frustração gente à empresa. concordo que nem todo mundo tem perfil que se enquadre em diferentes oportunidades, mas na avaliação individual, a empresa tem conhecimento suficiente de manter uma lista de prioridades no seu quadro efetivo.

A valorização do funcionário cria uma espécie de cascata de boas intenções na empresa, quando se percebe que as oportunidades são oferecidas, o interesse em obter resultados positivos para ser “visto” pela empresa aumenta e o resultado final obtido é visivelmente satisfatório, com isso, quem realmente tem interesse em buscar um lugar ao sol, vai se sobressair e despontar nas equipes, não tenho dúvidas. Mas as oportunidades tem que aparecer, não adianta ficar apenas no discurso bonito ou na missão bem elaborada que impressiona o cliente.

Cada funcionário tem seu valor e cada espaço na empresa tem alguém que vai se encaixar de acordo com o perfil, falta a oportunidade no momento certo, e cabe ao gestor ter a visão de identificar a peça ideal que se encaixe à necessidade da empresa. E caso não seja possível a oportunidade naquele momento, tem que haver o “feedback” o colaborador tem que ser informado sobre as escolhas que a empresa faz para que haja transparência no processo e credibilidade. Que venham as oportunidades. 

terça-feira, 22 de maio de 2012

QUANDO O FUNCIONÁRIO NÃO ATENDE MAIS...


Uma conversa por telefone me incomodou muito esta semana, o assunto era a postura de uma empresa em relação a um funcionário que não amais atendia as expectativas da empresa, não se enquadrava aos anseios da empresa, e o debate era qual a postura adequada neste caso. A discussão sobre a postura da contratante e também do contratado, uma pessoa que não está mais carregando o piano conforme a empresa gostaria. Na minha opinião existem dois problemas: o primeiro é a forma que a empresa conduz a situação e a outra é a postura do colaborador diante do fato.

Não concordo com gestores que simplesmente começam a perseguir o funcionário quando este está deixando a desejar na sua atividade. Acredito e as “empresas éticas” normalmente vão investigar qual a causa da insatisfação do colaborador e pode ser vários motivos: salário, cultura da empresa, cultura do funcionário, um líder que abusa da sua autoridade, enfim, a lista é grande e nem por isso simplesmente virar as costas é a solução. Por sua vez o próprio funcionário quando não mais satisfeito, deve ter a postura de buscar novos desafios, se já não tem mais alternativas e oportunidades na atual empresa.

Mas como as empresas e os gestores não são iguais existem empresas que preferem perseguir o funcionário, e para isso utiliza as mais variadas formas de repressão. Trocar o colaborador de setor é uma das mais comuns dando a entender quem manda e aí lá se vai a autoestima do cidadão. Promover reuniões e ficar jogando piadinhas também é outra ferramenta desses gestores, enfim, muita gente já deve ter passado ou presenciado situações deste tipo. Muitas vezes acontece sem o conhecimento da alta gerência e quando o assunto chega lá, o temporal já está formado.

Mas isso acontece também partindo do profissional insatisfeito, ao invés dele procurar oportunidades, simplesmente começa a vegetar na empresa, uma conduta reprovada partindo do pressuposto que o insatisfeito é ele. Este deveria buscar o setor de RH e expor suas insatisfações e tentar a ajuda para encontrar, na empresa, outra função que tenha afinidades. Mas na maior parte dos casos essas atitudes culminam em discussões e demissão do funcionário.

Na verdade, na minha visão, essa briga toda também acontece pelo fato de a empresa não querer assumir o custo de demitir (a famosa multa do FGTS) e o funcionário que não quer perder o benefício. Tudo seria resolvido rapidamente caso este ponto não fosse um dos entraves do ego das partes. Tudo bem que, as partes terão suas razoes e explicações, mas sustentar uma situação que pode levar a uma perda de tempo e esforços, a melhor opção, acredito, é o desligamento imediato quando da insatisfação de uma das partes.

Assumir que a situação está insustentável é ter postura ética e profissional, se não quer mais o funcionário o a empresa, encare o problema e tome uma atitude. O estresse da situação não agrega nada para a empresa que é a parte que vai continuar atuando e tendo a necessidade de substituir imediatamente. Serve de alerta para os gestores que observem atentamente as atitudes dos seus subordinados e evite problemas futuros.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O MEDO DO “CONHECIDO”


O cidadão chegou na minha sala e pediu para que eu digitalizasse um documento para ele enviar à sede da empresa anunciando que estava saindo da mesma. Sentou pra bater um papo e quando questionei sobre a ansiedade, pelo fato de ele estar mudando de empresa, me confidenciou: “cara, sabe, não tô com aquela ansiedade toda, aquele ânimo de quem estaria muito “agitado” por ter conseguido uma vaga em uma empresa multinacional, tá meio estranho...”

Ficamos alguns segundos em silêncio e resolvi dar minha opinião. Disse a ele que isso fazia parte do próprio extinto de defesa do ser humano, pois, como ele, apesar de saber o serviço, ter dado bons resultados à sua função anterior, os novos desafios seriam muito maiores e a cobrança, com certeza, mais forte que antes. Ele ouviu em silêncio e depois disse que era um desafio muito importante para a carreira dele e que o medo parecia ser realmente em função de, a partir de agora fazer parte da empresa “mãe”.

Considero o fato acima bem normal para muitos profissionais que estão de mudança de empresa. O medo do que já é conhecido, simplesmente por que agora o colaborador fará parte da empresa que contrata os serviços e não mais para o contratado, vai de encontro ao que se tem de premissas de cada empresa. Com certeza as cobranças serão outras, mas acredito que só mudarão de lado, serão da parte que antes eles enxergava como uma parceiro na atividade. A cor do uniforme é outra os benefícios também, mas o foco da atividade é o mesmo, dar resultados. Claro que empresas grandes tratam de forma diferenciada, ainda mais uma empresa com sede nos EUA. A cultura, apesar de ter sido adequada ao Brasil, preserva suas raízes no formato americano e um desconforto aqui e outro acolá seria normal.

O medo de enfrentar uma nova realidade é normal. Como atitude, o correto é que o cidadão siga as premissas da nova empresa, colocando em prática os conceitos da empresa como segurança, meio ambiente, e outros, e utilize seus conhecimentos para, aí sim, dar os resultados que são esperados com a contratação, o medo vai continuar por um bom tempo até por que nessa situação é uma coisa normal. Só sentira isso agora, pois aceitou o desafio para enfrentar novos obstáculos, caso contrário ficaria no seu emprego anterior fazendo os relatórios e passando para a chefia, e a vida ia seguindo seu rumo.

A tendência, com o tempo, é que haja um entrosamento com a equipe da casa e que as atividades comecem a fazer parte da rotina de um grupo, atendendo todas as demandas solicitadas das áreas de produção, mantendo o nível e padrão de excelência estabelecido pela empresa que agora faz parte. Ao meu amigo, desejo tida a sorte e que alcance todos os objetivos da carreira e que cresça na empresa.

terça-feira, 15 de maio de 2012

O DILEMA DA CARREIRA


Todo jovem ao sair da faculdade almeja sucesso na carreira, bom salário, status de chefia e todo o glamour de trabalhar em uma grande empresa. Aparentemente tudo é muito bonito e fácil de ser resolvido enquanto não se “cai” no mercado de trabalho e aí a realidade é outra. Claro que uma formação adequada é sempre muito bem vista pelo mercado que está atrás de bons profissionais em início de carreira. O trabalho é árduo e alcançar algo de concreto requer muita disposição, suor, lágrimas, alegrias e tristezas.

Outro ponto que me chama bastante a atenção é qual o rumo a seguir quando se quer atuar na área de formação. Falo isso após ouvir diversos depoimentos de pessoas que se formaram em um curso específico e hoje atuam em outra área, e a reclamação é sempre a mesma, a dificuldade do mercado em enxergar o candidato como um potencial a determinada função. Ficar afastado da sua área de formação inicial é um tormento quando se quer voltar e não é visto com o foco de “formado” e preparado para a determinada função.

Mesmo que a formação seja sólida, com pós-graduação e diversas habilidades, muitos profissionais enfrentam diariamente esta situação. Realizam candidaturas a determinadas vagas, que o perfil encaixa perfeitamente, mas não são lembrados pelos recrutadores. É uma situação que decepciona e abre uma discussão: qual o caminho a ser trilhado para ser visto pelo mercado? Imagino que o principal é o planejamento da carreira desde o seu início. Ainda na faculdade/universidade o estudante já deve ter o foco na carreira e trabalhar muito para alcançá-lo, isso vai ajudar a enfrentar os obstáculos. Outro ponto é encarar a realidade, se não for possível, em hipótese alguma, atuar na área de formação, a opção e aceitar algo que o faço ter renda (sem perder o foco), e pra mim, o mais desconfortável, mas não menos importante: aceitar um salário menor em uma empresa que disponibilize a vaga na sua área.

Sim, aceitar e galgar a escalada normal como em qualquer empresa e qualquer função. Sei que não é agradável ouvir isso, mas, se é isso que o mercado está te oferecendo, cabe a você a decisão da carreira. É como andar pra trás ocupar um cargo que o funcionário poderá se sentir um novato quando já está na estrada há muitos anos. Mas se esta for a sua opção, encare como um novo desafio e o resultado será fruto da sua dedicação e do seu emprenho, traçado no seu planejamento de carreira.

Por hora é isso, tenha em mente o que realmente deseja e lute para alcançar o resultado. Seja honesto consigo mesmo e deixe isso claro ao seu superior imediato, ajudará a empresa a entender o que você realmente tem a agregar para ela. Boa sorte!

segunda-feira, 14 de maio de 2012

PROCEDIMENTOS X AUDITORIA


É muito difícil em uma empresa, encontrar alguém que não fique com receio quando o assunto é auditoria. Parece um “monstro”, mas ela também faz parte da rotina da corporação. Quando bem estruturado, os procedimentos de gestão de qualidade, segurança e afins tendem a agregar ao portfólio da empresa no momento de fechar contratos e, garantir uma vantagem competitiva no mercado. As certificações darão um status e garantias que esta empresa está em conformidade e alinhada com os anseios que dão evidencia ao que se pede hoje para prestação de serviço e venda de produtos.

Mas pra se chegar a excelência, o caminho é árduo. Primeiro as pessoas precisam entender o apoiar a implantação das regras que norteiam as questões aplicadas à gestão proporcionada pelos procedimentos. Segundo trabalhar estas pessoas para que sigam e apliquem de forma correta os procedimentos, essa parte é sempre a mais difícil, pois depende da cultura de cada região e da visão que se tem sobre uma auditoria. Cabe a empresa nortear desde o início da implantação do sistema de gestão até o momento das auditorias e certificações.

Criar um ambiente agradável talvez seja o caminho mais prático de se implantar o sistema de gestão e preparar as equipes para a auditoria. Certamente as pessoas envolvidas diretamente com o processo receberão olhares “tortos” na empresa toda vez que passarem nos corredores, isso é normal, pois, qualquer mudança gera desconforto ainda mais quando regrada a novas cobranças e premissas diferentes da rotina da empresa. No caso dos SGI’s, é criado um ambiente diferente na empresa, onde o colaborador pode enxergar como algo não muito agradável. Por isso é muito importante que a gestão da empresa escolha pessoas com facilidade na gestão de gente, será preciso toda a habilidade para conduzir o processo.

Os tais procedimentos, quando bem escritos, agregarão valor muito valioso no sentido de confrontar o que a empresa pratica com os seus valores diante do mercado, dos clientes, dos vizinhos e principalmente diante dos seus colaboradores. E este é o ponto onde enxergo as maiores falhas. Muitos empresários estão preocupados apenas com o negócio, esquecendo que para ser ter bons resultados é primordial equipes empenhadas com os objetivos delineados no negócio. As pessoas precisam entender para que servem os procedimentos e qual a importância da auditoria e do certificado.

As auditorias internas, momento que as regras do jogo serão observadas e preparadas para as auditorias internas, são a oportunidade de identificar as  melhorias e os resultados dessas “AI’s” devem ser claramente debatidos com todas as equipes utilizando os resultados para aprender com os erros. Maquiar os processos apenas para atender auditoria é um artificio utilizado por muitos gestores e só serve para fantasiar a capacidade da empresa em não cumprir seus compromissos com seus contratantes, essa atitude tem vida curta, pois as boas práticas são mapeadas e difundidas pelos empresários e pelas empresas auditoras.
O certo mesmo é que tratar as auditorias e os procedimentos de forma profissional tornará a empresa uma referência de qualidade e segurança na sua prestação de serviço.



sexta-feira, 11 de maio de 2012

A APOSENTADORIA DO BARRICHELLO


Assistir um profissional ‘mendigar’ por uma vaga de emprego é muito triste. É isso que tem acontecido com o piloto Rubens Barrichello na atual temporada da F1. Muita gente entre pilotos, jornalistas, empresários e amigos do piloto estão dando opinião sobre o assunto. Conselhos ao Rubinho não faltam. Mas sinceramente acho que chegou a hora de pendurar o capacete. Todo profissional, em determinado momento, precisa entender que pode agregar mais valor em outra função e não mais naquela que estava acostumado a trabalhar e para Rubinho, não será diferente.

Por mais que ele diga que está com muito apetite em pilotar um carro de corrida a 300km/h, a idade pesa, prova disso é o heptacampeão Schumacher, que hoje, aos 43 anos, não tem mais a mesma desenvoltura ao volante. Por mais que eles tenham uma preparação física enorme e rígida chega um momento que a mente já não reage da mesma forma que reagia lá em 1993 quando o então jovem Barrichello estreou pela equipe Jordan. E mesmo assim havia muitas dificuldades que, com o passar dos anos, e muito aprendizado foi superado.

Nas empresas não é diferente. O profissional em início de carreira está sempre acelerado e com muita garra para enfrentar as dificuldades e desafios que lhe são propostos. Ao longo da carreira ele passa por treinamentos, cursos, palestras, viagens e tudo que faz parte das rotinas das empresas. Mas uma hora toda essa energia é reduzida e como num ciclo, outros virão e farão parte da empresa. É a hora de parar, enfrentar essa realidade. É doloroso saber que, por mais que na cabeça do individuo queira continuar contribuindo naquela função, os resultados não são mais os mesmos, os jovens acelerados estão dando todo o gás necessário para o crescimento da empresa.

Para não passar por isso o profissional deve ter um plano de carreira pessoal. Saber aonde quer chegar e por qual caminho pretende trilhar, e o mais importante, o momento de parar. Com isso bem detalhado e ao longo da carreira fazendo os ajustes devidos, o funcionário não enfrentará problemas quando chegar a sua hora. O Barrichello com certeza não precisa mais correr por dinheiro, em 19 anos de F1 e passando por grandes equipes (BAR, Ferrari e Willians) tem uma boa poupança que vai garantir o futuro doa família.

O que se vê é a vontade de continuar correndo fazendo o que ele gosta, mas Rubinho chegou a hora amigo e com certeza você pode contribuir para que muitos jovens talentos alcancem um futuro promissor na categoria com sua experiência sem precisar sentar no cockpit. Vai passar a consultor de equipes como tantos outros ganham a vida agora depois da aposentadoria. O que tinha que fazer já foi feito, sua carreira já está registrada.

Não deve ser fácil passar por isso, mas como tantos outros pilotos e profissionais de empresas já tiveram o seu momento de auge e depois o momento de abandonar e seguir em outro setor ou departamento. Faça o mesmo e não vá correr na Indy, não precisa disso, dedique seu tempo a ajudar os novatos de quem você tanto reclamava. Mostre o que fazer corretamente, com certeza você sabe.