quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O funcionário derrubou o patrão

Não é de hoje que se observa nas empresas o nível de respeito entre seus funcionários. Isso evoluiu muito nas ultimas décadas com a implantação e adoção de novos conceitos o que melhorou o ambiente de forma geral. Em pensar que antigamente o patrão era o todo poderoso, e que, a palavra final, certa ou errada era a do patrão.

Pois bem, lamentavelmente testemunhamos essa semana um fato nada comum, o funcionário derrubando o patrão. Isso mesmo. Aconteceu no futebol o garoto revelação do time derrubou o experiente treinador. Parece estranho, mas uma situação desse tipo nos faz refletir sobre a ética nas organizações, não pelo fato de quem é o responsável, mas da forma que a empresa se posiciona perante os acontecimentos internos.

Todo mundo sabe que o brasileiro é apaixonado por futebol e ama de coração seu clube. De norte a sul desse país a história é sempre a mesma. E bem por isso mesmo, estamos sempre ligados nas notícias. Aí, em pleno jogo o garoto tem um desentendimento com o treinador após ser impedido de cobrar um pênalti. Enfezado bate-boca e inclusive xinga o seu líder. Um verdadeiro vexame que foi comentado por vários jornais e programas de TV. Como de praxe, o clube afastou e multou o jogador, e segundo o treinador, ainda no cargo, ele iria definir sobre o retorno do jovem astro. Mas as coisas não fluíram por este caminho.

O treinador foi demitido e o jovem reintegrado à equipe. O que aconteceu. Dificilmente saberemos a verdade absoluta. Mas o que envergonha qualquer gestor é o fato que a gerencia da empresa não ter pulso firme na condução dos fatos e deixar “forças externas” decidirem pelo futuro da empresa. Será que a ordem veio do patrocinador? Não se sabe, mas o fato é que houve uma quebra de confiança e o foco da situação ficou invertido.

Não se pode conduzir situações de crise nas empresas sob influencias de terceiros. Se isso aconteceu no clube de futebol, e não é difícil, fica evidente a força que os patrocinadores têm no futebol e isso é muito triste. Temos exemplos maravilhosos de gestores que dominam a técnica e são considerados grandes lideres e não precisam de escândalos nem bate-boca para resolver os problemas da empresa, apenas usam o bom senso e as habilidades necessárias em cada caso.

O treinador ficou como bode expiatório e o jovem talento praticamente saiu por cima. Claro que houve punição, isso é evidente, mas as empresas e neste caso o clube, não pode tratar seu funcionário / jogador com muita regalia, as regras são aplicáveis para todos, se não for assim existe o risco de se evidenciar algum setor ou algumas pessoas. A verdadeira Administração preza pela ética na tomada de decisão, busca a verdade dos fatos e organiza de forma justa a situação na empresa. Os clubes poderiam buscar uma forma mais prudente de gerir seu patrimônio e zelar pela grandeza da entidade, e não burlar e dar um “jeitinho” para agradar apenas aos gregos, excluindo os troianos.

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