Claro que aceito a vaga, ótima vaga, trabalhar nas dependências de uma grande empresa, referencias boas para o currículo, profissionais de alto nível, transporte e alimentação, e ainda plano de saúde. Até aqui, tudo que qualquer estudante recém formado precisa, mas o parte negra da historia vem no final: trabalhar sem remuneração, apenas para aprender. É o fim da linha. Mas acreditem isso ta na moda, tem empreendedor, se podemos chamar assim, aproveitando a mão-de-obra gratuita para se firmar no mercado. Não é justo.
Nem todo mundo nasceu em berço de ouro, muito, inclusive assim como eu, teve que ralar muito para terminar o curso superior. A batalha é árdua, sair cedo de casa para o trabalho, depois direto para a faculdade e chegar em casa meia noite para tomar banho, fazer um lanche e dormir. E agora me aparecem uns espertos querendo transformar suor
Minha irmã vai passar por isso. Terminou o curso técnico e não estagiou. Agora tem que largar um emprego com carteira assinada para cumprir, DE GRAÇA, a carga horária de estágio não remunerado. Imagine um jovem que está no inicio da carreira tendo que se sacrificar para gerar renda, ser mais um índice para os gráficos do governo, mas sem dinheiro é covardia.
Fui menor aprendiz por 4 anos, e apesar do salário, na época meio salário, tinha minha remuneração de acordo com minhas atribuições. A coisa é muito simples e vale para todos os níveis, trabalho e salário são uma troca entre empresas e empregados. Qualquer cargo que seja o importante é estabelecer um critério e segui-lo. Alguém pode argumentar, e os benefícios que a empresa está concedendo? Concordo, isso também faz parte do pacote do “funcionário barato”, mas não basta, tem que haver remuneração, a satisfação será mais completa e o retorno também.
Sinto muito que as coisas não estão caminhando da forma que deveriam, ainda temos muitos bom estudantes que serão bons profissionais e ainda não foram valorizados, falta uma pouco mais de coerência em atitudes desse tipo. A valorização da mão-de-obra é o início de parcerias duradouras. As empresas devem estar atentas a evolução dos sistemas de gestão, porém não praticar “tortura” com seus candidatos a futuros gerentes, avaliando o resultado dessa modalidade de remuneração, ou melhor falta de remuneração.