Há
alguns dias, 10 no máximo, acompanho pelos jornais e internet vários
especialistas dizendo que uma “leve” recuperação no cenário econômico do nosso
país. Pequenos sinais que os empregos enfim voltarão a aparecer de forma mais
evidente e que este período de escuridão no mercado de trabalho, ficará mais
uma vez, nas páginas dos livros de história. Essa crise sem precedentes no Brasil
será vista em breve como uma fase que os hoje, 12 milhões de desempregados,
querem esquecer o mais rápido possível.
Algumas
coisas me vêm à cabeça no momento que escrevo este texto: como será o cenário do
emprego após este período? Seremos os mesmos funcionários que éramos antes? E as
empresas, terão o mesmo perfil de antes da crise? Nossa experiência ainda vai
contar ponto nas entrevistas? E os benefícios (e salários) que as empresas
ofereciam, continuarão? Permitam-me dizer que tudo indica que NÃO! Nada será
como antes e por um bom tempo, e isso é o que dizem os especialistas que li,
ouvi e pesquisei.
Existem
diversas publicações que indicam que, após cada período como o que estamos
vivendo, o ciclo seguinte é de novas descobertas para a empresa e para os
empregados, porem, nem sempre de boas descobertas. Hoje temos cerca de 12 milhões
de pessoas desempregadas e isso normalmente se torna mão de obra barata para as
empresas. Com essa quantidade de pessoas em busca de oportunidades, é um prato
cheio para baratear o custo das empresas e conseguir readequar as equipes de
trabalho, nada de errado do ponto de vista empresarial, afinal empresas existem
para gerar lucros e dividendos aos proprietários e acionistas, isso é claro.
Por
outro lado, quem está buscando emprego, devido a oferta de mão de obra, a
tendência é de que os salários não sejam os mais atrativos para tempos normais,
2013 a 2015 por exemplo, quando vivíamos bons tempos de renda. Hoje muita gente
aceita voltar ao mercado com salários singelos, mas, neste momento, que
representam a realidade de parte do cenário empresarial. Rendimentos menores,
benefícios menores e mais atividades agregadas a cargos antigos. Bem vindos ao
Brasil pós-crise. E veja bem, para você que buscou o conhecimento, estudou tudo
o que pode até hoje, fez cursos em áreas diversas, está qualificado ao extremo
ou mesmo tem excelente formação e boa capacidade, será trocado provavelmente
por uma mão de obra mais barata e menos qualificada que você, e provavelmente
por um estagiário que ainda é mais barato manter.
Por
favor, estagiários não briguem comigo, já fui estagiário e esta é a porta de
acesso ao mercado de trabalho e não perca a sua oportunidade. Mas, o que quero
dizer é que com tamanha oferta de pessoas no mercado, as empresas vão buscar
opções para reduzir o impacto de meses com contas no vermelho e baratear os
custos será a imediata ação.
Será
bem demorado que tenhamos contratações que busquem qualificações em boas
universidades, cursos técnicos e outros, e mesmo que isso aconteça neste
momento, os salários serão menores. Os benefícios serão menores e iremos
trabalhar mais. Mas até quando este cenário permanecerá assim? Difícil responder,
segundo alguns especialistas até meados de 2018 a tendência é que enfrentaremos
esses obstáculos para aí sim, tudo volte a um patamar mais equilibrado. Por isso
digo, não seja o mesmo funcionário que era durante a crise, busque qualificação,
mas também seja uma pessoa menos resistente a novas situações, não vai adiantar
reclamar os tempos são outros e de muito mais empenho por parte do funcionário.
Empresas
estarão mais atentas a comportamentos em desacordo com suas premissas. E claro,
como a quantidade de pessoas em busca de emprego durará um bom tempo, sempre
haverá alguém para ocupar o seu lugar. Mas é justo que isto aconteça? Não deveria
ser assim, a melhor relação entre empresa e funcionário é o equilíbrio, será
sempre o melhor cenário. Uma relação clara, honesta e objetiva trás sempre
ótimos resultados, mas o momento foi de dificuldades e o nó sempre aperta para
algum lado, o de cá.
Como
eu disse, empresas nascem para gerar lucros e não para servirem de casa de boas
ações a vida toda. Por isso, esteja preparado, mesmo desempregado hoje, para um
novo ritmo de trabalho e emprego. Será mais exigido e mostrar mais empenho será
o seu diferencial. Em alguns meses, as empresas terão necessidade de pessoas
que deem respostas mais eficazes e eficientes e neste momento, voltaremos às
disputas de currículos como nos tempos que antecederam esta crise. Bom, espero
que as previsões de hoje se concretizem no menor prazo possível e que o impacto
seja minimizado com a volta da produção, das vendas, das contratações, das
importações e exportações e que o Brasil volte a apresentar o que maior possui,
capacidade de ser forte em meio a tormentas (reparem que não citei, em nenhum
momento, as mudanças e reformas urgentes que precisamos e estão nas mãos dos
nossos políticos, e claro, ajudariam bastante...).
Vamos
ao trabalho e boa sorte!!!