sexta-feira, 11 de maio de 2012

A APOSENTADORIA DO BARRICHELLO


Assistir um profissional ‘mendigar’ por uma vaga de emprego é muito triste. É isso que tem acontecido com o piloto Rubens Barrichello na atual temporada da F1. Muita gente entre pilotos, jornalistas, empresários e amigos do piloto estão dando opinião sobre o assunto. Conselhos ao Rubinho não faltam. Mas sinceramente acho que chegou a hora de pendurar o capacete. Todo profissional, em determinado momento, precisa entender que pode agregar mais valor em outra função e não mais naquela que estava acostumado a trabalhar e para Rubinho, não será diferente.

Por mais que ele diga que está com muito apetite em pilotar um carro de corrida a 300km/h, a idade pesa, prova disso é o heptacampeão Schumacher, que hoje, aos 43 anos, não tem mais a mesma desenvoltura ao volante. Por mais que eles tenham uma preparação física enorme e rígida chega um momento que a mente já não reage da mesma forma que reagia lá em 1993 quando o então jovem Barrichello estreou pela equipe Jordan. E mesmo assim havia muitas dificuldades que, com o passar dos anos, e muito aprendizado foi superado.

Nas empresas não é diferente. O profissional em início de carreira está sempre acelerado e com muita garra para enfrentar as dificuldades e desafios que lhe são propostos. Ao longo da carreira ele passa por treinamentos, cursos, palestras, viagens e tudo que faz parte das rotinas das empresas. Mas uma hora toda essa energia é reduzida e como num ciclo, outros virão e farão parte da empresa. É a hora de parar, enfrentar essa realidade. É doloroso saber que, por mais que na cabeça do individuo queira continuar contribuindo naquela função, os resultados não são mais os mesmos, os jovens acelerados estão dando todo o gás necessário para o crescimento da empresa.

Para não passar por isso o profissional deve ter um plano de carreira pessoal. Saber aonde quer chegar e por qual caminho pretende trilhar, e o mais importante, o momento de parar. Com isso bem detalhado e ao longo da carreira fazendo os ajustes devidos, o funcionário não enfrentará problemas quando chegar a sua hora. O Barrichello com certeza não precisa mais correr por dinheiro, em 19 anos de F1 e passando por grandes equipes (BAR, Ferrari e Willians) tem uma boa poupança que vai garantir o futuro doa família.

O que se vê é a vontade de continuar correndo fazendo o que ele gosta, mas Rubinho chegou a hora amigo e com certeza você pode contribuir para que muitos jovens talentos alcancem um futuro promissor na categoria com sua experiência sem precisar sentar no cockpit. Vai passar a consultor de equipes como tantos outros ganham a vida agora depois da aposentadoria. O que tinha que fazer já foi feito, sua carreira já está registrada.

Não deve ser fácil passar por isso, mas como tantos outros pilotos e profissionais de empresas já tiveram o seu momento de auge e depois o momento de abandonar e seguir em outro setor ou departamento. Faça o mesmo e não vá correr na Indy, não precisa disso, dedique seu tempo a ajudar os novatos de quem você tanto reclamava. Mostre o que fazer corretamente, com certeza você sabe.

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