Assistir
um profissional ‘mendigar’ por uma vaga de emprego é muito triste. É isso que
tem acontecido com o piloto Rubens Barrichello na atual temporada da F1. Muita
gente entre pilotos, jornalistas, empresários e amigos do piloto estão dando
opinião sobre o assunto. Conselhos ao Rubinho não faltam. Mas sinceramente acho
que chegou a hora de pendurar o capacete. Todo profissional, em determinado
momento, precisa entender que pode agregar mais valor em outra função e não
mais naquela que estava acostumado a trabalhar e para Rubinho, não será
diferente.
Por
mais que ele diga que está com muito apetite em pilotar um carro de corrida a
300km/h, a idade pesa, prova disso é o heptacampeão Schumacher, que hoje, aos
43 anos, não tem mais a mesma desenvoltura ao volante. Por mais que eles tenham
uma preparação física enorme e rígida chega um momento que a mente já não reage
da mesma forma que reagia lá em 1993 quando o então jovem Barrichello estreou
pela equipe Jordan. E mesmo assim havia muitas dificuldades que, com o passar
dos anos, e muito aprendizado foi superado.
Nas
empresas não é diferente. O profissional em início de carreira está sempre
acelerado e com muita garra para enfrentar as dificuldades e desafios que lhe
são propostos. Ao longo da carreira ele passa por treinamentos, cursos,
palestras, viagens e tudo que faz parte das rotinas das empresas. Mas uma hora
toda essa energia é reduzida e como num ciclo, outros virão e farão parte da
empresa. É a hora de parar, enfrentar essa realidade. É doloroso saber que, por
mais que na cabeça do individuo queira continuar contribuindo naquela função,
os resultados não são mais os mesmos, os jovens acelerados estão dando todo o
gás necessário para o crescimento da empresa.
Para
não passar por isso o profissional deve ter um plano de carreira pessoal. Saber
aonde quer chegar e por qual caminho pretende trilhar, e o mais importante, o
momento de parar. Com isso bem detalhado e ao longo da carreira fazendo os
ajustes devidos, o funcionário não enfrentará problemas quando chegar a sua
hora. O Barrichello com certeza não precisa mais correr por dinheiro, em 19
anos de F1 e passando por grandes equipes (BAR, Ferrari e Willians) tem uma boa
poupança que vai garantir o futuro doa família.
O
que se vê é a vontade de continuar correndo fazendo o que ele gosta, mas
Rubinho chegou a hora amigo e com certeza você pode contribuir para que muitos
jovens talentos alcancem um futuro promissor na categoria com sua experiência
sem precisar sentar no cockpit. Vai passar a consultor de equipes como tantos
outros ganham a vida agora depois da aposentadoria. O que tinha que fazer já
foi feito, sua carreira já está registrada.
Não
deve ser fácil passar por isso, mas como tantos outros pilotos e profissionais
de empresas já tiveram o seu momento de auge e depois o momento de abandonar e
seguir em outro setor ou departamento. Faça o mesmo e não vá correr na Indy,
não precisa disso, dedique seu tempo a ajudar os novatos de quem você tanto
reclamava. Mostre o que fazer corretamente, com certeza você sabe.
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