domingo, 11 de abril de 2010

Diário de um dependente

Hoje é sábado. Já são quase 23hs e eu aqui sem dormir direito. Desde o momento que eu fiquei sabendo que não teria “ela” comecei a ficar doido. Uma sensação muito ruim vai se aproximando é como se tudo ao meu redor não tivesse importância. Depois de tanto tempo usando, a falta “dela” provoca imediata reação. Sensações realmente muito desagradáveis. Fico pensando por que não aparece uma oportunidade, pequena que fosse, seria um Oasis no deserto, queria agora mesmo apenas um pouquinho.

Serão quase 12 horas de abstinência, livre de qualquer contato, nada mesmo. Não sei se vou dormir direito, com certeza não, a noite será longa. Em outras crises eu já si vagando atrás de alguém que pudesse me arranjar um pouco “dela” e sempre conseguiu, pois hoje já é uma febre, todo mundo usa sem a menor vergonha, o planeta já está infestado. Só no Brasil já somos mais de 65 milhões de usuários, ou seja, a coisa já tá fora de controle, não dá mais pra evitar a propagação desta “praga”, e por isso sempre que estamos sem, a coisa fica complicada.

Sei que tudo tem limite, mas que usa perde a noção de perigo. Não se tem horário, nem local, nem dia nem noite, é tudo igual. Passo horas usando e às vezes o dia já parece raiar e nem me incomodo com o que as pessoas dizem. Outro dia mesmo, usei na Pós-graduação com muita gente na sala de aula, isso mesmo, sem o menor problema, afinal todos estavam utilizando, é sempre uma festa. A professora estava usando então tava tudo liberado, sem o menor pudor.

Mas hoje, em pleno sábado à noite estou sem. Já tentei de varias formas, mas não teve jeito, ninguém tem “ela”. Fui à rua tentar alternativas, mas parece que o mundo conspira contra. Já não agüento mais, preciso urgente, preciso usar em grupo ou mesmo sozinho ou de qualquer forma não importa como, apenas quero um pouco. Não tem jeito vou tentar dormir é o que me resta. Amanhã com certeza a primeira coisa que farei em casa é usar, e muito, vou me esbanjar.

É sempre assim toda vez que fico sem “ela” fico péssimo. Afinal no mundo da era digital ficar sem Internet é o fim do né... Não dá mesmo. Já pensou besteira??

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