quinta-feira, 29 de abril de 2010

A matemática nossa de cada dia

Não é nada fácil encontrar um cidadão que realmente goste de matemática, e me incluo nesta lista. Não é que eu odeie, mas desde o primário, esta matéria sempre coloriu meu boletim. Mas devo admitir que sou fã incondicional das façanhas e dos benefícios que ela pode nos proporcionar no dia-a-dia. E nos últimos anos a matemática financeira é a que mais admiro pela capacidade de, pessoas comuns e com pouco conhecimento, utilizar para beneficio próprio.

Quem não já chegou a uma loja e perguntou ao vendedor quando custava o produto se fosse parcelado em “x” vezes? Aí você passa a observar o vendedor e sua calculadora, que não é a cientifica, em ação. Conta daqui conta de lá, aí dá uma viradinha na pequena máquina para olhar a tabela de juros. Enfim, apos alguns momentos, lá vem ele com os valores. Parece até mágica o que ele fez, mas não passa de pura habilidade em esconder o jogo. Imagine você que quer fazer alguns questionamentos e deixá-lo meio sem graça, é simples: pergunte, por exemplo, se os juros calculados por ele é simples ou composto. Pronto, se ele não for um vendedor de verdade, vai ficar totalmente perdido e te dar uma resposta sem a menor lógica.

A realidade é que somos ludibriados pela simples falta de conhecimento em matemática. Contas simples que poderiam ajudar a entender como o preço é formado, transformam-se em códigos indecifráveis, quando de posse de pequenas regras, seriam facilmente entendidos. Digo isso por que apos uma aula da faculdade há alguns anos, fiz a pergunta ao vendedor e o coitado ficou sem voz. Imagine a cena, você chega na loja e lá vem ele todo sorridente e pensativo: “mais um bobo”, e de repente você toma a calculadora das mãos dele e ainda diz: seu juro está muito acima das taxas praticadas pelo mercado ,chega a ser cômico.

Entender como se faz a simples conta de juros simples já é um bom começo, ter conhecimento das taxas aplicadas mensalmente no mercado também. Imagine então trazer ou levar valor para o presente o para o futuro, aí mesmo está no céu. Isso mesmo, por que se hoje você tem R$ 100,00 e acha que daqui a trinta dias é o mesmo valor, puro engano. A inflação se encarrega de desvalorizá-lo. E em trinta dias terá a mesma nota da “garoupa” e valerá singelos R$ 99,40 ,usando a taxa da poupança de mais ou menos 0,6%. E podemos fazer ao contrário também, caso tenha um financiamento ou uma prestação da geladeira, por exemplo, e que queira antecipar uma parcela, basta ligar para sua operadora e solicitar um novo boleto para pagar naquela data. O valor será atualizado, trazido para a data presente, e os juros serão retirados.

Viu, não é tão ruim assim usar a matemática no dia-a-dia, é preciso entender e aplicar para um determinado fim. Aos pouco vou me convencendo que sempre tenho que aprender mais um pedaço dessa ciência pra lá de fascinante, e espero que tenha disposição de encarar as partes mais complexas e aprender formulas para utilizar sem medo. Boas contas.

Um comentário:

  1. Primeira vez que visito seu blog. Achei super legal! Não sabia que vc escrevia tão bem. Os títulos dos textos me deixa curiosa qto ao assunto e qdo o leio fico ainda mais surpresa. Parabéns!

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